9 Termos Provenientes do Vinho .Conheça um pouco mais!



Várias disciplinas de arte ou ciência estão usando suas próprias línguas, o caso do vinho não é diferente. Aqui temos uma linguagem repleta de descrições bem especializadas ou metafóricas. Entretanto, há alguns termos mal usados e aplicados excessivamente que às vezes nos confundem. Vamos conhecer os mais comuns.
Resultado de imagem para 9 termos provenientes do vinho que não significam o que você pensava
Estaladiço / Ácido: 
Um vinho estaladiço ou crocante é fresco com uma acidez bem marcante. E só. Lamentavelmente, o termo ácido tem uma conotação negativa. Entretanto, não há o que temer. Relembremos: a acidez é vida para um vinho.

Seco / Off Dry/ Doce: 
Um vinho seco quase não tem açúcar residual (não mais de 3 g/l, segundo o critério utilizado no Chile), enquanto que um vinho doce do tipo late harvesttem uma doçura marcante. Então, que demônios é este off dry? É um vinho ligeiramente doce. Recomendo-o de olhos fechados não apenas com sobremesas, mas também com pratos salgados e/ou condimentados, como as receitas com toques orientais.

Tons / Notas: 
Ambos são termos utilizados para descrever o sabor do vinho, que seduz com um ar musical, literário ou pictórico. De toda forma, relembram que falamos sobre diferentes famílias de aromas que, em grande parte, dependem da variedade e do estilo do vinho.
Paladar / Paleta: 
A paleta é uma ferramenta utilizada para misturar os corantes ou uma forma de empacotamento. Os vinhos são exportados em caixas ordenadas em paletas ou pallets, que contêm cerca de 600 garrafas. Por isso é mais adequado falar dos sentidos do sabor. De nosso paladar! O restante é poesia.

Aroma / Bouquet: 
Segundo o crítico norte-americano Robert Parker Jr., o aroma é um atributo do nariz de um vinho jovem e o bouquet é associado a um vinho antigo, com certo desenvolvimento na garrafa. Digno de se tirar o chapéu por essa.

Variedade / Varietal: Variedade se trata de uma uva branca ou tinta. É um substantivo. O termo varietal, por outro lado, é um adjetivo. Então, o aspecto varietal da variedade Syrah é picante, temperado, herbáceo, floral. Entretanto, no Novo Mundo, a palavra varietal também se usa -ou se usa mal- como substantivo para identificar um vinho elaborado com uma só uva ou variedade. Porém, se formos fiéis, os termos corretos são cepa ou cultivar.
Cab: Cab em inglês significa táxi. Soa bem cool, mas a uva destaque do Chile não é nem Cab nem Cabernet. é Cabernet Sauvignon ou Cabernet Franc. Com nome e sobrenome para distinguir todos os integrantes desta família. Tentem levantar a mão na rua e gritar: Cab! É capaz que te tragam uma taça de Casillero del Diablo Cabernet Sauvignon.

Mineralidade: O que, na realidade, significa Mineralidade? Para ser honesta, ninguém sabe. Inclusive nós, os críticos de vinho, supomos que se trata da presença de algumas notas associadas com minerais do solo, algo que não provém nem de frutas nem é herbáceo, mas também como o sal marinho, pólvora, calcário, giz ou xisto. Para os minerólogos, por outro lado, o mineral é um elemento ou composto químico que normalmente é cristalino e que se formou como resultado de processos geológicos. Segundo os biólogos, as raízes da videira não podem absorver minerais ou sabores minerais do solo. Os elementos minerais no vinho são menores: apenas o potássio e o cálcio chegam a 1,000 de partes por milhão. Entretanto, insistimos em descrever os vinhos com esta palavra. Usá-la ou não? Sim, mas nem todos vinhos brancos do mundo têm notas minerais. Pedra húmida? Sal do Himalaia? Pólvora molhada? Ostra recém aberta? Melhor parar por aqui.
Terroir: 
Sim, cada vinhedo tem suas particularidades: distintos solos, climas, ventos, etc. Entretanto, nem todos os vinhedos podem ser descritos ou ostentar o título de terroir. Este termo está reservado para os melhores vinhos do mundo, que são verdadeiramente uma expressão única de um lugar delimitado, com uma qualidade provada no tempo, com décadas ou séculos de história. O terroir deve, por definição, desempenhar um papel crucial na criação de um grande vinho. O problema surge quando se fala de terroir para descrever um vinho recorrente, sem uma personalidade própria, que pode ter nascido em qualquer parte do planeta, onde é mais preponderante a mão de enólogo que sua nobre origem.


Por Ania Smolec /  Maio de 2018 
Wine Jornalist

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