ENOTURISMO - Rota dos Vinhos na América do Sul : 5 Regiões Imperdíveis


Vinho e Viagem.

Dois itens que me enchem de emoção.
O vinho é muito mais do que uma bebida para se apreciar durante o jantar, em um encontro com amigos ou num momento de relaxamento.
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Com uma história quase tão antiga quanto a da própria humanidade, acompanhou a ascensão e queda de reinos, impérios e nações. Foi considerado bebida sagrada, profana, presente de deuses (no plural) e prova de milagres de um deus só (no singular). Aprimorado e refinado com o tempo, seu processo de produção se tornou uma verdadeira arte, tradicionalmente reconhecida e praticada em diferentes lugares do mundo.

Agora, além da bebida propriamente dita, a fabricação vinícola desperta a atenção também de viajantes, que inauguraram uma nova modalidade de turismo: o enoturismo, ou seja, viagem motivada pela apreciação de vinhos e sua cultura de produção. A América do Sul, onde o vinho foi introduzido por colonizadores principalmente a partir do século 19, ainda engatinha na produção vinícola, comparada a outras regiões do mundo. Consequentemente, se atentou muito recentemente ao enoturismo.

Algumas de suas regiões produtoras, entretanto, conquistam cada vez mais espaço no disputado cenário internacional. Chile, Uruguai, Argentina e até o Brasil estão produzindo rótulos premiados, que avançam em mercados exigentes, como o europeu. Chamando a atenção não só de consumidores, mas igualmente de turistas. Aos amantes de vinho, por tudo o que ele representa ao paladar e para além dele, selecionamos cinco das regiões sul-americanas que mais despontam (e nada desapontam) no quesito produção vinícola.

ARGENTINA
MENDONZA
A região de Mendoza é considerada o berço do vinho na Argentina e uma das regiões vinícolas mais importantes das Américas. Mais de mil bodegas, de pequenos produtores até as maiores e mais importantes empresas produtoras do país, estão instaladas por lá. Algumas agências especializadas em enoturismo oferecem rotas completas por suas quatro zonas: Norte, Este, Sur e Valle del Uco. No entanto, nada impede que o viajante se aventure sozinho pela região, em um roteiro próprio. Na Zona Norte, mais urbana, encontra-se mais da metade das vinícolas abertas a visitantes. Há amplas opções de hospedagem e atividades para turistas. Já a Zona Este é predominantemente rural, com pequenos povoados afastados nas proximidades entre uma vinícola e outra, que oferecem um interessante contraste às vinícolas industrializadas. A Zona Sur compreende dois vinhedos localizados aos pés da cordilheira principal dos Andes, com opções de turismo de aventura e descanso. Por fim, o Valle del Uco é conhecido pela produção do famoso Malbec, considerado um dos melhores do mundo. Todas as atividades enoturísticas possíveis são oferecidas nesta zona.

Bodega Zuccardi, Valle del Uco
Um dos grandes destaques da região de Mendoza é a bodega Zuccardi, no Valle del Uco. Criada em 1963 pelo engenheiro Alberto Zuccardi, ela permanece uma vinícola familiar, agora sob os cuidados do neto de Alberto, Sebastían, que criou uma área de investigação e desenvolvimento dentro da bodega com o objetivo de “não buscar vinhos perfeitos, mas sim aqueles que expressam o lugar, a região”. A vinícola possui um restaurante, com vista para a cordilheira dos Andes, com um menu elaborado com produtos regionais. De quarta a domingo, em três horários diferentes do dia: às 10h30, 12h30 e 16h, são abertas visitações guiadas e degustações.

BRASIL
SERRA GAÚCHA
Localizada no nordeste do Rio Grande do Sul, a região vinícola da Serra Gaúcha, Vale dos Vinhedos, é reconhecida como a mais importante do Brasil. A região sofreu influência de imigrantes italianos que se estabeleceram nas serras em meados dos anos 1870. O legado histórico e gastronômico deixado por eles resultou em um conjunto de vinícolas, hotéis, restaurantes e bistrôs que formam um roteiro de enoturismo imperdível em terras brasileiras. A rota está no caminho entre três municípios: Monte Belo Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves. Além de diversos serviços e atividades oferecidas aos turistas, entre elas visitas às vinícolas e degustação de vinhos, o visitante também pode fazer uma imersão completa na gastronomia e costumes italianos, preservada pelos habitantes locais. As vinícolas da Serra Gaúcha são responsáveis pelas produções de rótulos reconhecidos e premiados internacionalmente. Além das grandes vinícolas, que produzem vinhos mais elaborados, há ainda as cantinas familiares, que também são excelentes opções para enófilos iniciantes.

Casa Valduga, Vale dos Vinhedos
Uma das vinícolas mais tradicionais e de maior prestígio da região, a Casa Valduga foi fundada em 1875, quando o primeiro imigrante da família Valduga se instalou na região da Serra Gaúcha. Pioneira no investimento em enoturismo no Vale dos Vinhedos, a Casa Valduga possui um complexo turístico desde 1992. O complexo oferece um roteiro de visitação; experiência gastronômica no restaurante Maria Valduga, com culinária típica italiana harmonizada com vinhos emblemáticos; e hospedagem em uma charmosa pousada. A vinícola também organiza cursos sobre vinhos, com foco em harmonização e degustação.

CHILE
VALLE DEL MAIPO
A região que concentra a maior parte da produção vinícola chilena é também a única do mundo com vinhedos dentro dos limites territoriais de uma capital, o que facilita bastante o acesso. Em uma viagem de meia hora desde Santiago já é possível deparar-se com algumas bodegas. Muitas das quais foram fundadas no início da produção de vinhos no país, com caves do século 19, que são responsáveis pela produção da maior parte dos vinhos chilenos exportados, e também daqueles que recebem premiações internacionais. O vale fica aos pés da cordilheira dos Andes, nas proximidades do rio Maipo, por isso o nome. Os vinhos mais famosos produzidos por lá são os Cabernet Sauvignon, reconhecidos em todo o mundo. As vinícolas da região normalmente oferecem passeios guiados e experiências de degustação. Há ainda opções de almoço e outras refeições em muitas delas, e também atividades turísticas de aventuras para os mais animados.

Concha y Toro
Uma das vinícolas mais famosas e renomadas do Chile, a Concha y Toro foi fundada em 1883 e se transformou em uma das maiores produtoras de vinho da América Latina. Atualmente, os seus rótulos são comercializados em mais de 140 países. Não é difícil imaginar que ela atrai um grande volume de turistas. Por isso, oferece quatro tipos diferentes de tour, do tradicional, com visita simples, até opções mais sofisticadas, acompanhadas de sommelier. Há ainda um bar-restaurante e um uma loja de vinhos.

VALLE DE CASABLANCA
Outra famosa região vinícola chilena especializada no enoturismo é o Valle de Casablanca, localizada a cerca de uma hora de Santiago. A região é conhecida principalmente por sua produção de vinhos brancos. As bodegas, ao contrário do que pode ser visto no Valle del Maipo, são recentes. O que não as impede de produzir vinhos de qualidade, claro. A região, próxima ao oceano pacífico, não era considerada com potencial produtor, por isso só acabou sendo explorada nas últimas décadas. De lá para cá, alguns rótulos do vale já conquistaram espaço no mercado internacional, recebendo prêmios importantes. Empresas e agências de viagem organizam tours pela rota vinícola do Valle de Casablanca, para degustação das especializadas da região: Chardonnay e Sauvignon Blanc. Turistas que gostam de se aventurar sozinhos também podem apostar na opção sem medo, adquirindo passeios individuais pelas vinícolas.

Casas del Bosque
Uma das vinícolas mais importantes da região, Casas del Bosque foi criada em 1993, por uma família de origem italiana. Em 2010, foi eleita a melhor vinícola para visitar no Chile pelo “Le Winery Guide”, superando até mesmo as bodegas mais tradicionais. O seu restaurante Tanino também foi destaque na revista canadense “Wine Access” no mesmo ano. A vinícola oferece passeios, degustações e outras experiências de enoturismo. Além disso, também é aberta para a realização de eventos acadêmicos e comerciais e casamentos.

URUGUAI
CARMELO
Apelidada de “Toscana uruguaia” pelo jornal americano “The New York Times”, Carmelo é uma das principais regiões vinícolas do país. A história das vinícolas da região acompanha a tendência sul-americana: foram criadas por imigrantes europeus que se estabeleceram na região e hoje são cuidadas por seus descendentes. A principal especialidade uruguaia são os vinhos Tannat, uva de origem francesa que é mais produzida no Uruguai do que na própria França. As propriedades rurais charmosas, e que despertaram o interesse europeu nos últimos tempos, são ideais para viajantes que buscam uma experiência enoturística completa, repleta de tranquilidade e sossego, além de bons vinhos. Muitos hotéis que compõem a rota de vinho de Carmelo oferecem translados até as vinícolas, para os interessados em participar de visitações, degustações e demais atividades. Há ainda as vinícolas que oferecem hospedagem própria.

Narbona
A Narbona Wine Lodge hotel boutique oferece uma experiência completa para quem quer aproveitar a rota do vinho de Carmelo com conforto. Ela disponibiliza quatro tipos diferentes de quartos, para viajantes de diferentes perfis, um amplo restaurante e uma bodega conceitual, que produz “vinhos com personalidade própria”, em uma fazenda à beira do Rio da Prata. Uma das primeiras adegas do país, fundada em 1909, ela pode ser conhecida por meio de uma visita guiada e de passeios de bicicleta.

Que tal começar arrumar as malas?

Beijo da Gu

www.buladeviagem.com /Jessica Chiareli

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