COMO ENFRENTAR A PERDA DE UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO


Em Agosto/2018 nosso amicão Thor Thunder partiu.(parece que foi ontem)
Foi dolorido o primeiro Natal sem ele após 14 anos bagunçando a árvore .
Durante a queima de fogos do Reveillon eu e meu esposo várias vezes nos pegamos preocupados com os sons que tanto apavoravam nosso "carinha".
Enfrentar a perda de um animal de estimação é uma experiência que todas as pessoas que amam animais – e por isso têm ou já tiveram algum bichinho – vão passar ou já passaram em algum momento da vida. Mas todas as pessoas vivem o luto e a perda da mesma forma? A resposta para essa pergunta é não. Apesar de parecer ser um fenômeno universal, as formas de lidar com o luto são muito diversas e dependem de vários fatores culturais, religiosos e outros (Marqués, 2003).

Só quem passa por essa situação sabe o como é.

Da mesma forma que há diferentes tipos de expressão do luto pela morte de pessoas, também temos as expressões pela perda dos animais de estimação.
 Agora, o que faz com que nós humanos cheguemos a sentir um luto, uma dor intensa, pela perda de um bichinho de estimação? Isso acontece porque a relação de apego entre os seres humanos e esses animais domésticos é muito forte, e é reforçada porque eles acabam sendo vistos como parte da família (Field, Gavish, Orsini & Packman, 2009).

Aquele que não aceita sofrer, sofrerá durante a sua vida inteira
Thelma Duffey (2005), doutora da Universidade do Texas em San Antonio, assegura que a perda de um animal de estimação é sentida geralmente como uma experiência dolorosa. Temos que adicionar a esse sofrimento os tabus culturais que vão associados à experiência de luto pela perda do nosso animal doméstico. Essa dor não costuma ser entendida por uma parte da população, o que adiciona uma aflição a mais a esse processo de luto.
Ainda que muitas pessoas criem vínculos com nossos bichinhos de estimação, há outras que não desenvolvem esse apego e, por isso, não são capazes de entender o surgimento desse tipo de relação entre humanos e animais. Os que não compreendem essa relação costumam subestimar a perda, e inclusive fazem comentários absurdos como “mas era só um cachorro”, “por que você não adota outro gato no lugar?”, “você está triste por causa de um animal?”, etc.

Enfrentar a perda de um animal de estimação pode ser um dos momentos mais difíceis da vida de uma pessoa. Apesar disso, quando falamos de compreensão social não há o reconhecimento desse tipo de perda com a possibilidade de causar o mesmo impacto emocional e de humor que se vive com a perda de outro ser humano. Segundo um estudo do departamento de Ciências Animais da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, 30% dos donos que perdem seu bichinhos sofrem por seis meses ou mais, e para outros 12% este é o momento mais traumático de suas vidas.
A despedida não dói quando sabemos que é só por um tempo, mas doem todos os momentos que são, de fato, um adeus.

Como podemos enfrentar a perda de um animal de estimação?

O processo de luto costuma ser composto por quatro fases, as mesmas que experimentamos quando morre uma pessoa próxima de nós:

Negação: nessa fase ainda não conseguimos enfrentar a perda e fazemos uso da negação do acontecido como um mecanismo de defesa para postergar o impacto da perda. O mais recomendável nesse momento é esconder tudo que nos lembre o animal, como brinquedos ou fotos.

Expressão das emoções: tristeza, melancolia, raiva. São muitos os sentimentos que podem aparecer como consequência da perda. Para avaliarmos essas emoções, o mais adequado é aceitar as lágrimas e não nos exigirmos ficar bem quando ainda não estamos. Temos que deixar as emoções se expressarem, sentir cada uma delas da forma como se apresentam, deixar que aflorem sem tentar evitá-las.
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Reconstrução: é nessa fase que nos damos conta do vazio que a perda do bichinho nos deixou, e fugimos das rotinas diárias que nos lembram o animal. São rotinas das quais antes não éramos conscientes, como, por exemplo, sair para passear com o cachorro e jogar bolinha no parque, ou sentar juntos no sofá para ver televisão. Por isso, esse é um bom momento para criar novas rotinas.

Novo relacionamento com as lembranças do nosso animal: trata-se de um momento no qual finalmente olhamos para a frente e subimos as escadas da recuperação de uma forma tranquila e segura. Dessa forma, ficarão todas as memórias do carinho infinito que tínhamos e de todo o amor que sentimos.

Superar não é esquecer, superar é se dar conta de que já não há mais nada lá para você, mas um dia houve, e isso te fez feliz.

Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu

Assim como acontece em vários outros tipos de situação, mesmo quando elas são exatamente as mesmas, cada pessoa as vive de uma maneira muito diferente e particular. Não são todos que demoram tanto para se recuperar de um processo de luto derivado da perda de um animal doméstico.
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Alguns optam por adotar outro amigo, outros por não ter mais nenhum bichinho… Mesmo assim, não devemos nos sentir mal, seja lá qual for a opção que escolhermos. Não devemos nos sentir mal se quisermos outro animal, dado que sempre saberemos que não haverá substituição, e sim um novo ser e uma nova oportunidade cheia de novidades, novas rotinas e experiências maravilhosas com esse novo bichinho que entra em nossas vidas.

Beijo da Gu

Bibliografia

Duffey, T. (2005). Saying goodbye: Pet loss and its implications. Journal of creativity in Mental
Health. 1(3/4), 287-295. doi: 10.1300/J456v01n03_18

Field, N., Gavish, R., Orsini, L. & Packman, W. (2009). Role attachment in response to pet loss. Death Studies, 33, 334-355. doi: 10.1080/07481180802705783

Marqués, N.M. (2003). De la experiencia del duelo: Reflexiones en torno a los significados de la muerte y la vida. Pontificia Universidad Católica, Ponce, P.R.

Via: A Mente é Maravilhosa

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