Café: Com Açúcar ou Sem? E a Vida?

Quantas vezes nos deparamos com a velha pergunta: "Café? Com açúcar ou sem?". Uma escolha simples, mas que carrega consigo preferências e até mesmo um certo apreço pela pureza do sabor. E não é curioso como essa mesma dualidade se aplica, de forma tão rica, às pessoas que cruzam o nosso caminho?

Assim como um grão de café cultivado com esmero, colhido no tempo certo, torrado com cuidado e embalado com atenção revela uma doçura natural que dispensa qualquer adição, existem pessoas que irradiam leveza e bondade em sua essência. Sua índole é boa, suas atitudes são positivas, e a companhia delas flui com uma doçura intrínseca, sem a necessidade de "adoçantes" para torná-las palatáveis. São aquelas presenças que aquecem o coração e inspiram a nossa jornada.

Por outro lado, quando o café chega à nossa xícara com um amargor excessivo, uma acidez incômoda, sentimos a necessidade imediata de recorrer ao açúcar para torná-lo suportável. Da mesma forma, quando nos encontramos em situações ou rodeados por pessoas que exigem um esforço constante para serem "engolidas", é um sinal de que algo não está certo. Criamos subterfúgios, ignoramos as arestas, tentamos mascarar o que nos incomoda, da mesma forma que adicionamos açúcar para disfarçar um café de qualidade duvidosa.

Nesses momentos, talvez seja a hora de considerar uma mudança. Assim como podemos experimentar uma nova marca de café em busca de um sabor mais agradável, também temos a liberdade de reavaliar as pessoas que nos cercam. Nem todo café amargo precisa ser adoçado infinitamente, e nem toda companhia desconfortável precisa ser tolerada indefinidamente. A vida, assim como a xícara de café, nos pertence.

A decisão de adicionar açúcar ao seu café é sua, assim como a escolha de quem você mantém por perto é unicamente sua. O ponto central não é ditar como você deve beber seu café ou com quem deve se relacionar. O convite é para a reflexão: será que não estamos, por vezes, gastando energia demais tentando "adoçar" o que já nasceu para ser amargo? Que possamos ter a liberdade e a sabedoria de escolher os "ingredientes" que verdadeiramente nutrem a nossa alma, buscando sempre a doçura genuína, tanto na xícara quanto nas relações da vida.

Beijo da Gu

2025

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