Pinacoteca de SP contrata 1ª Equipe de Funcionários Trans; conheça!


Vivemos ante tanta intolerância e preconceito, que esse tipo de notícia merece ser compartilhada e copiada por outros setores.
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No dia 27 de dezembro de 2018, uma reportagem realizada pela Folha de São Paulo contou sobre os funcionários trans que atendem na Pinacoteca, em São Paulo, os quais foram contratados através do programa de Transcidadania.

O primeiro grupo de funcionários transgêneros do museu é composto por cinco integrantes, sendo eles: Bianca, Thomaz, Ashley, Yago e Dêmilly.
Da esquerda para a direita: Yago Franco, Thomaz Silva, Ashley Any, Bianca Araújo e
Dêmilly Nóbrega. Foto de Eduardo Knapp/Folhapress.

A atendente Bianca Araújo, desde pequena já se sabia gay e aos 17 anos ela deixou sua casa para viver uma vida de travesti, e também disse que se prostituiu uma boa parte da sua vida, e afirmou: “O destino quase obrigatório para os transgêneros no Brasil”. Hoje, Bianca se reconhece como uma mulher trans e faz quase um ano que está trabalhando de atendente na Pinacoteca.

A função do atendente é circular pelas salas das exposições, zelar pelo estado de conservação das obras e prestar informações diretamente aos visitantes.

O atendente Thomaz Silva, de 23 anos, que se reconhece como homem trans, disse que nem sabia o que era Pinacoteca, e que passava na frente e pensava que ali não era lugar para ele. O atendente já havia trabalhado com carteira assinada em um callcenter, porém não era visto pelas pessoas, já como atendente do museu ele é visto por elas e isso faz toda diferença na sua autoestima.
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O programa de Transcidadania é desenvolvido pela prefeitura de São Paulo desde 2008. O programa ganhou força na gestão de Fernando Haddad (PT) e foi mantida por João Doria e Bruno Covas, ambos do PSDB. Um dos principais objetivos do programa é elevar o grau de escolaridade e capacitar os beneficiados para disputa de uma vaga no mercado de trabalho.

Para se inscrever no programa, os trans precisam comprovar que estão em situação de vulnerabilidade social, isto é, que não possuem renda fixa ou emprego. Outro requisito para participar do programa é que o trans deve voltar a estudar e cumprir seis horas de atividades diárias, em um dos quatro centros de cidadania LGBT espalhados pela capital paulista.

O Transcidadania oferece para o contemplado do programa uma bolsa mensal de R$1.001,00 por um período de 24 meses, o qual é o tempo máximo de permanência no programa.

Como o programa exige que o beneficiado volte a estudar, Ashley Any, de 27 anos, outra mulher trans que atua como atendente na Pinacoteca, diz que só voltou a estudar por conta do Transcidadania, e que interrompeu seus estudos na oitava série, por conta que era vítima constante de bullying, e afirmou: “A hora da chamada era terrível porque eu tinha um nome e respondia presença em outro. Era tanta chacota que eu desisti.”

Todos os cinco beneficiários trans estão trabalhando na Pinacoteca com carteira assinada, porém não é uma vaga definitiva. Até o momento, apenas Yago Franco, de 33 anos, que foi efetivado, ele trabalha no setor de segurança da Pinacoteca. Os demais continuam em contratos temporários.

“A cota pela cota é demagogia pura. Incluir é bem diferente de integrar. Sei que eles estão se esforçando, mas é preciso mudar uma política pública e contínua”,afirma Dêmilly Nóbrega, de 50 anos, que também é atendente do museu.

A chegada do grupo no museu rendeu à Pinacoteca a conquista do selo de Direitos Humanos no ano de 2018, uma láurea concedida pela prefeitura às empresas que implementam políticas inclusivas em diferentes áreas.

Que em 2019 mais instituições como a Pinacoteca implementem essas políticas inclusivas, porque dessa forma nosso país caminha mais um pouco na luta diária de uma sociedade mais justa e igualitária.

A Pinacoteca do Estado de São Paulo é um dos mais importantes museus de arte do Brasil. Ocupa um edifício construído em 1900, no Jardim da Luz, centro de São Paulo.

Beijo da Gu

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