12 Filmes Imperdíveis sobre o "Envelhecimento".


Antes de mais nada, não gosto da palavra envelhecimento. Sei que o passar dos anos é inevitável, envelhecer é opcional.
Já escrevi sobre isso aqui no Blog 
MAS como achei essa lista do G1 bem bacana, compartilho aqui com vocês.
Os títulos em negrito são os que assisti.
Comédias e dramas que tratam dos desafios que a velhice traz, mas também mostram como apreciar a vida até o fim 

Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro - G1 

Não sou muito de listas, mas como janeiro é um mês de férias, decidi fazer uma sobre filmes que abordam o envelhecimento. São bem diferentes entre si: vão de comédias a dramas densos, mas todos tratam dos desafios que a velhice traz. Há caminhos de todo tipo – não apenas para encarar as adversidades, mas também para apreciar a vida até o fim. Resolvi pôr em ordem alfabética, porque não consigo me decidir sobre o meu favorito. Como toda lista, tem suas idiossincrasias, mas certamente será enriquecida com as opiniões e observações de todos 

1) 45 anos (2015) – a poucos dias de festejar os 45 anos de casamento, Kate e Geoff, interpretados magistralmente por Charlotte Rampling e Tom Courtenay, recebem uma notícia que vai virar a pacata rotina do casal de cabeça para baixo: foi descoberto o corpo de uma antiga namorada dele, que havia desaparecido nas montanhas geladas dos Alpes suíços. De uma hora para outra, desaparecem a aparente tranquilidade e todas as certezas sobre as quais aquela relação estava assentada – e está criado o confronto entre os personagens. 

2) Amor (2013) – o drama de Michael Haneke, que levou a Palma de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro, é barra pesada, para os fortes de coração. Mostra como a vida de um casal sofisticado e educado, ambos professores de música aposentados, é repentinamente destruída quando Anne (Emanuelle Riva) sofre um derrame. Sempre a seu lado estará o também frágil Georges (Jean-Louis Trintignant). 

3) As invasões bárbaras (2003) – continuação do também genial “O declínio do império americano”, o filme vai encontrar os mesmos amigos da primeira produção, que é de 1986, reunidos e envelhecidos. O diretor Denys Arcand usa humor, cinismo e emoção para mostrar o que sobrou do idealismo do grupo, tendo como fio condutor o professor de História Remy (Remy Girard), que enfrenta um câncer incurável e quer ter a última palavra sobre o fim da sua vida. 

4) Cocoon (1985) – esse entrou na lista mais como um voto afetivo, e nem tanto pelas qualidades cinematográficas. O filme de Ron Howard trata da fonte da eterna juventude: extraterrestres vêm à Terra recuperar casulos com seres da sua espécie que foram deixados para trás numa viagem anterior. Os casulos (os tais cocoons) são armazenados na piscina de uma casa alugada pelos ETs. Três idosos de um asilo começam a frequentar a piscina às escondidas e se beneficiam de seus poderes, mas terão que optar sobre o que fazer com suas vidas: vale a pena deter o envelhecimento mas assistir à decrepitude dos entes queridos? 

5) Gran Torino (2008) – não basta ser protagonizado por Clint Eastwood, é dirigido por ele, que se mantém ativo aos 87 anos. Walt Kowalski, veterano da Guerra da Coreia, poderia um típico eleitor de Donald Trump, alimentando desprezo pelos estrangeiros que vivem na vizinhança. No entanto, uma improvável amizade nasce entre ele e o adolescente asiático que é obrigado por uma gangue a roubar seu carro. 

6) Juventude (2015) – Do mesmo diretor de "A grande beleza", Paolo Sorrentino, o filme apresenta dois amigos, interpretados por Michael Caine e Harvey Keitel, em situações opostas. Fred Ballinger (Caine) é um compositor e maestro que não pretende voltar aos palcos, apesar de receber um convite da rainha da Inglaterra para se apresentar numa data comemorativa. Mick Boyle (Keitel) é um cineasta rodeado de jovens roteiristas que quer realizar uma última grande obra e parece esbanjar vitalidade. Num hotel de luxo e rodeados de personagens exóticos, eles fazem um balanço de suas vidas. 

7) Longe dela (2006) – o que você faria se seu grande amor não o reconhecesse mais e se apaixonasse por outra pessoa? Essa é a trama do filme protagonizado por Julie Christie e Gordon Pinsent, no qual ela interpreta uma mulher que sofre de Alzheimer. A história é baseada num conto da escritora Alice Munro, que assinou o roteiro com a diretora, Sarah Polley. 

8) Morangos silvestres (1957) – o diretor Ingmar Bergman conta a história do médico Isak Borg que, prestes a ser homenageado pelos 50 anos de carreira, relembra os principais acontecimentos de sua vida enquanto reflete sobre a proximidade da morte. Porque se trata de Bergman, essa jornada interior do personagem é um mergulho existencial, o balanço que todos que envelhecemos tentamos (ou tememos) fazer. 


9) O amor não tem fim (2011) – tenho um carinho especial por este. Dirigido por Julie Gavras, filha do também cineasta Costa-Gavras, o filme (cujo título original é “Late bloomers”) traz uma dupla imbatível: Isabella Rossellini e William Hurt. Os dois são recém-chegados à casa dos 60. Ela assume a idade e toma as devidas providências para adaptar a casa, instalando inclusive barras de segurança no banheiro. Ele, ao contrário, rejeita qualquer possibilidade de declínio. Arquiteto, abraça um projeto arrojado e se cerca de jovens profissionais, afastando-se da mulher. 

10) O curioso caso de Benjamin Button (2008) – baseado no conto de Scott Fitzgerald e dirigido por David Fincher, essa é uma obra-prima sobre o tempo. O personagem de Brad Pitt nasce com a aparência e as enfermidades de um ancião e vai ficando jovem com o passar dos anos. O grande amor de sua vida vai se materializar décadas depois de ele conhecer a pequena Daisy (Cate Blanchett), quando ambos estão no auge do vigor de suas vidas. No entanto, o progressivo rejuvenescimento de Benjamin determinará o fim da relação do casal. 

11) O exótico hotel Marigold (2011) – a produção fez tanto sucesso que teve uma continuação. Aposentados britânicos são seduzidos pela possibilidade de pagar pouco e viver num hotel indiano deslumbrante. A realidade não é bem assim e o elenco estrelado (Judi Dench, Maggie Smith, Bill Nighy e Dev Patel, entre outros) é um dos pontos fortes, mas o segredo do filme é a forma como apresenta as inúmeras alternativas que vida traz. Sabemos que temos um tempo finito, mas de duração indefinida – enquanto isso, por que não aproveitar? 

12) Uma história real (1999) – de uma simplicidade arrebatadora, o filme de David Lynch conta a história de um idoso que, ao saber que o irmão com quem brigou e não fala há anos está doente, decide ir ao encontro dele para fazer as pazes. Sem carteira de motorista, viaja 500 quilômetros em cima de um cortador de grama, margeando as estradas do interior dos Estados Unidos. A trilha sonora, de Angelo Badalamenti, também é linda e, a propósito, a história é verdadeira. 

Quais filmes você acha que devam entrar na lista acima? 

Beijo da Gu 

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